Movimento Hippie

Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 1960 tendo relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 1970.
Uma das frases idiomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love").
Na sua expressão mais radical, os jovens hippies abandonavam o conforto dos lares paternos e rumavam para as cidades, principalmente S. Francisco, para aí viver em comunidade com outros hippies; noutros casos estabeleceram-se em comunas rurais.
Dois valores defendidos eram a "paz" e o "amor". Opunham-se a todas as guerras, incluindo a que o seu próprio país travava no Vietname. Defendiam o "amor livre", quer no sentido de "amar o próximo", quer no de praticar uma actividade sexual bastante libertária. Podia-se partilhar tudo, desde a comida aos companheiros. A palavra de ordem que melhor resume este sentimento foi a famosa "Make Love Not War".
Os hippies apreciavam a "filosofia oriental", o que significava alguns aspectos da religião hindu misturada com doutrina da "não violência" de Gandi. Numa das acções mais espectaculares (e mais ridículas) um numeroso grupo de hippies rodeou o Pentágono (sede do aparelho militar americano) e tentou fazê-lo levitar com apenas com a "força da meditação".
Estabeleceu-se um "estilo hippie", com roupas coloridas, túnicas, sandálias, cabelos compridos em ambos os sexos. A flor foi um dos seus símbolos e chegou a usar-se a expressão "flower power" como designação do movimento. Uma das canções-hino do movimento, S. Francisco, aconselhava aqueles que rumavam à cidade dos hippies: "Be sure to wear some flowers in your hair" (não te esqueças de usar algumas flores no teu cabelo). O "símbolo da paz" (com origem em Inglaterra, nos anos 50, no seio do movimento para o desarmamento) tornou-se igualmente no símbolo hippie:
Outro aspecto valorizado era o uso de drogas, o que foi facilitado pelo surgimento de drogas químicas, tais como o LSD, que no início não foi considerado perigoso nem de uso interdito. Os hippies alegavam que as drogas ajudavam a "abrir a mente".
A música pop, com as suas baladas melodiosas, e a música rock com os seus ritmos frenéticos, constituiram um meio poderoso para expressão da filosofia hippie. Escrita sob o efeito de drogas e ouvida nas mesmas circuntâncias, julgava-se que a música tinha um efeito libertador da mente. O adjectivo "psicadélico" foi utilizado para a caracterizar.
Aqui no Brasil foi impossível haver a idéia de “loucos e coloridos anos 60” que tinham os hippies, devido à repressão do governo. Ate mesmo a formação de comunidades era algo complicado, pois havia a forte perseguição policial contra os cabeludos, os músicos e aqueles que se vestiam com roupas coloridas e desenhadas. Mas mesmo assim é possível se dizer que, os “hippies brasileiros” mudaram costumes e revolucionaram a história militar.
Principais artistas participantes do Tropicalismo:
O movimento mais relacionado ao hippie que ocorreu no Brasil foi o chamado Tropicalismo. Foi um movimento cultural do fim da década de 60 que, usando deboche, irreverência e improvisação, revolucionou a música popular brasileira, que antes se restringia basicamente à bossa nova. Os tropicalistas criticavam a forma de governo ditador e buscavam a liberdade de expressão do brasileiro, a liberdade de obter informações e de estar ligado ao mundo. Além disso, os tropicalistas também transformaram os gostos da época, não só com relação à música e à política, mas também ao comportamento (como, por exemplo, os mais variados movimentos estudantis), à moral, ao sexo e ao modo de se vestir. Infelizmente a maioria dos praticantes do tropicalismo foi perseguida e alguns artistas, como Gilberto Gil e Caetano Veloso, foram exilados por apresentarem críticas contrárias ao modo de governo em suas músicas. A maioria dos verdadeiros hippies no Brasil foi fortemente reprimida e migrou para as desertas praias baianas e para o interior de Goiás, onde algumas se encontram até os dias atuais